Festival do Rio 2010: pra não dizer que não falei dos filmes


É, o Festival do Rio já acabou e provavelmente ninguém fala mais disso, mas eu não podia deixar passar batido os outros filmes que consegui assistir na minha humilde maratona.
 
O francês MicMacs é um dos meus favoritos. Sabe O fabuloso destino de Amélie Poulain? Então, Jean-Pierre Jeunet é mesmo um cara de estilo. Desta vez não tem romance, mas tem aqueles tipos estranhamente adoráveis (e até alguns atores repetidos), além de um delicioso tom de fábula. Divertidíssimo! Já o italiano La nostra vita é um drama daqueles de fazer você agradecer que a sala de cinema é escura e ninguém precisa ver que você está chorando horrores. Tudo bem, tem lá também seus momentos engraçados, garantidos pelos fofuchos filhos do protagonista., e tem seus clichês, mas comove.
 
Carancho, com meu muso Ricardo Darín, foi o único da mostra Foco Argentina (a que consegui assistir, obviamente) que valeu o ingresso. O chatíssimo Os lábios, com seu tom documental e closes sufocantes, não chega a lugar nenhum. A invenção da carne também não empolga. E olha que eu sou fã do cinema argentino e vou pro festival de coração aberto, disposta a ver filmes mais contemplativos, e tal, mas desta vez foi experimentalismo demasiado para mim. O longa de Pablo Trapero (que vai concorrer ao Oscar, tentando repetir a façanha de Juan José Campanella com O segredo dos seus olhos) é mais comercial sim, mas traz bons personagens e um clima bem de submundo, sem mocinhos e bandidos, com gente que quer se dar bem, sem se importar com as consequências dos seus atos. Boas atuações e um final de tirar o fôlego.

O terror uruguaio La casa muda parte da premissa de nove entre dez filmes do gênero: mortes em uma casa pra lá de suspeita. Mas o interesse pela obra cresce ao descobrirmos que ela foi baseada numa história real, foi filmada com uma câmera digital emprestada em uma tomada única, e o diretor Gustavo Hernandéz teve orçamento de apenas seis mil dólares. O desfecho pode agradar ou não, mas dá pra levar uns bons sustos. The killer inside me, por sua vez, que tinha me chamado a atenção no trailer, decepcionou um pouco. Kayky Brito, digo, Casey Affleck continua péssimo ator e não consegue variar muito as expressões diante de um excelente personagem: um xerife de uma cidadezinha do interior que comete assassinato atrás de assassinato para limpar a sujeira anterior. Papel que renderia uma indicação ao Oscar na certa para alguém mais talentoso. Pena.

Dos brasileiros, além dos que já foram comentados no último post, vi Malu de bicicleta, uma comédia romântica simpática, e A suprema felicidade. No filme de Arnaldo Jabor, o roteiro é o que menos importa. O bom é ficar babando nas interpretações estupendas do elenco, em especial Marco Nanini, ótimo como sempre e dono das melhores frases, como "Ninguém é feliz. Com sorte, a gente é alegre" e "A vida gosta de quem gosta dela". Mariana Lima, sumida da TV, Dan Stulbach e Tammy Di Calafiori também merecem destaque. Já Jayme Matarazzo, apesar de honesto, ainda precisa amadurecer muito, principalmente para o papel de protagonista.

Grandes ausências do meu festival: Você vai conhecer o homem dos seus sonhos, Scott Pilgrim contra o mundo, Machete, Somewhere, Dois irmãos e Rubber (é, a sinopse do pneu assassino me deixou curiosa, mas...). Em breve num post perto de você.
Giselle de Almeida

5 comentários:

Fabiane Bastos disse...

Scott Pilgrim e Machette, também queria ver!

Invejinha! :P
Não vi nada no festival esse ano. :(

Giselle de Almeida disse...

Bora marcar pra ver um desses quando vc estiver menos atolada.Ou Harry Potter! :)

Fabiane Bastos disse...

Ja é! Mas ouvir dizer que Pilgrim vai direto p/ locadora.

André Luis disse...

Ao visitar seu blog, me senti em minha casa, pois a paz que a leitura me transmitiu, foi algo inigualável.

Anônimo disse...

Mais uma vez estou aqui, para ver as novidades de seu blog.