Eu nem preciso ter visto todos os concorrentes: na categoria filme estrangeiro, o candidato latino-americano sempre tem a minha torcida. Se for argentino, então, já sai na frente. Dirigido por Juan José Campanella e estrelado por Ricardo Darín, eu faço campanha e tudo! Já deu para perceber que este comentário não vai ser nada imparcial, certo? Mas vocês não precisam ficar desconfiados, O segredo dos seus olhos é bom mesmo.
O filme conta a história de Benjamín Esposito, um oficial de justiça aposentado, que não consegue livrar-se da obsessão por um caso antigo, o assassinato de uma jovem de 23 anos. A difícil investigação não sai como o planejado, e aos poucos, os desdobramentos do crime vão interferindo também em sua vida pessoal: ele é obrigado a fazer uma longa viagem forçada e abrir mão de seu grande amor. Vinte anos mais tarde, as lembranças dessa época continuam sendo um tormento. A solução que ele encontra é tentar escrever um romance sobre o caso, o que lhe dá a desculpa para visitar velhos amigos e reviver sentimentos que ficaram perdidos no passado.
A trama policial, muito bem conduzida, ganha um ótimo contraponto com o humor que permeia os diálogos de todos os personagens. Neste quesito, o principal destaque vai para Sandoval (Guillermo Francella), colega de trabalho de Esposito, alcóolatra incorrigível e parceiro nas investigações, que é dono das sacadas mais espirituosas. E as pitadas de romance, bem dosadas durante toda a história, quebram a formalidade sem cair na pieguice. O roteiro, baseado no romance de Eduardo Sacheri e adaptado pelo próprio diretor, é bem amarrado, e tudo é conduzido na maior elegância, mantendo o suspense até o final, tornando aquela situação incômoda também para o espectador. Ricardo Darín está ótimo na pele de um Esposito envelhecido, que só agora se dá conta de que a vida passou mais rápido do que ele gostaria. Soledad Villamil consegue fazer uma transformação e tanto de sua Irene conforme a passagem do tempo. Pablo Rago e Javier Godino também aproveitam cada chance em cena para brilhar.
A trama policial, muito bem conduzida, ganha um ótimo contraponto com o humor que permeia os diálogos de todos os personagens. Neste quesito, o principal destaque vai para Sandoval (Guillermo Francella), colega de trabalho de Esposito, alcóolatra incorrigível e parceiro nas investigações, que é dono das sacadas mais espirituosas. E as pitadas de romance, bem dosadas durante toda a história, quebram a formalidade sem cair na pieguice. O roteiro, baseado no romance de Eduardo Sacheri e adaptado pelo próprio diretor, é bem amarrado, e tudo é conduzido na maior elegância, mantendo o suspense até o final, tornando aquela situação incômoda também para o espectador. Ricardo Darín está ótimo na pele de um Esposito envelhecido, que só agora se dá conta de que a vida passou mais rápido do que ele gostaria. Soledad Villamil consegue fazer uma transformação e tanto de sua Irene conforme a passagem do tempo. Pablo Rago e Javier Godino também aproveitam cada chance em cena para brilhar.
Se você espera uma história policial à la Hollywood, com perseguições de carros, explosões etc., este não é o filme para você. Mas quem gosta do bom cinema latino, em um ritmo mais desacelerado, com mais diálogos, não vai se decepcionar. Aliás, é tão bom ver um diretor como Campanella, que comanda episódios de seriados americanos como House e Law & order: Special victims unit, continuar a fazer filmes argentinos até a raiz dos cabelos, tanto no estilo como no conteúdo:, fazendo referência à história do país, como nuestros hermanos tanto gostam. Depois do belíssimo O filho da noiva (2001), em nova dobradinha com Ricardo Darín, ele consegue mais uma indicação ao Oscar, que, novamente, me parece bem justa. Eu estou na torcida.
No próximo post: Distrito 9
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