Dose reforçada

Ah, um fim de semana recheado de filmes! Pude, finalmente, cortar alguns itens da minha lista, que só faz aumentar há um bom tempo. Com a fase Oscar, então, nem se fala... Não consegui dar conta. Eu já estava praticamente em crise de abstinência! Precisava mesmo de uma dose extra.

Pois hoje eu assisti ao desenho A era do gelo 2. Fui ao cinema mais porque sou fã de animação, porque tinha ficado um pouco decepcionada com o primeiro filme. Mas me surpreendi - este longa tem muito mais fôlego que o original. Desta vez, capricharam nos diálogos, super divertidos, e na caracterização dos personagens novos - a mamute Ellie e os gambás Crash e Eddie. Eles aparecem no caminho de Manny, Diego e Sid quando estes estão deixando o vale onde vivem porque a temperatura está aumentando e todo aquele gelo virou ameaça de inundação. O hilário esquilo Scrat também aparece várias vezes pra alegria da criançada que lotou a sala. É, o filme já está na terceira semana em cartaz e continua com sessões esgotadas. Bom sinal.

Por falar em animação, vi ontem (em DVD) Wallace e Gromit - A batalha dos vegetais. O roteiro não é brilhante, mas tem lá seu mérito: uma cidadezinha inglesa está ameaçada de ficar sem seu tradicionalíssimo concurso de legumes gigantes por causa de um terrível monstro. O inventor Wallace e seu cão Gromit são convocados a resolver o caso. As partes mais engraçadas são as referências cinematográficas: é fácil identificar os clichês dos filmes de mistério e de ação e até algumas citações a King Kong e Harry Potter. Mas o mais impressionante nesse filme feito em stop motion é a expressividade dos bonecos. Com um pequeno movimento das sobrancelhas, eles dizem tudo. É o caso de Gromit, que não precisa falar para ser compreendido. Absolutamente maravilhoso. Além disso, um bom observador pode ver, em alguns momentos, digitais nos bonecos! Não é o máximo???

O outro DVD de ontem foi Sin City. Eu não sou entendida em quadrinhos nem li a graphic novel de Frank Miller, mas posso dizer que é um bom filme. Algumas interpretações fracas aqui e ali não chegam a prejudicar a trama. A fotografia é dez e as histórias são boas. Recheadas de violência, é verdade, mas não há nada que não tenhamos visto num filme do Quentin Tarantino (diretor convidado do longa, aliás). O melhor episódio, sem dúvida, é o do Mickey Rourke, que mata meio mundo por causa de uma prostituta que ele conhece na noite em que é assassinada - e vai até as últimas conseqüências por ela. Aliás, as três histórias do filme têm um protagonista masculino que enfrenta o perigo por causa de uma mulher, porque se sentem comprometidos com elas de alguma forma. O personagem do Bruce Willis é um policial que tem como único objetivo salvar uma menina de um maníaco, filho de um político influente. E o episódio mais fraco é o do detetive que tenta impedir a guerra iminente entre as prostitutas da cidade velha e os tiras. Mas a presença do Clive Owen compensa... :)