Oscar 2011: Toy story 3


Indicado nas categorias: filme, longa-metragem de animação, roteiro adaptado, canção original e edição de som


Eu sei que já disse aqui no blog que Toy story 3 havia apelado para a nostalgia, e continuo achando que esse é o motivo de tanta gente ter adorado o filme. Mas, pensando melhor... Qual o problema? Ainda mais se tratando de um filme que mantém a qualidade técnica, a criatividade, o bom-humor e os adoráveis personagens do longa original. Resposta: nenhum. Revendo agora a animação, e chorando horrores novamente no final, chego à conclusão de que fui muito exigente.

Uma das minhas reclamações era que o argumento desta sequência já estava no longa anterior: Woody já começava a se perguntar até quando Andy daria atenção a seus brinquedos. Na verdade, TS3 é o amadurecimento desta ideia. Agora com 17 anos, o garoto está prestes a ir pra faculdade e tem que deixar algumas coisas para trás. E um adolescente não quer mais saber de brincar: tem outros interesses. No meio da mudança, os bonecos escapam de ir para o lixo e vão parar numa creche. Aparentando ser o paraíso, o lugar se revela mais sinistro do que se possa imaginar. Já o caubói, sempre fiel ao dono, vive o dilema de se separar dos amigos.

Como se não bastasse o "elenco" principal ser incrível, personagens sensacionais surgem na história, começando pelo urso Toslo, um vilão com cheirinho de morango. Mas quem rouba a cena mesmo é Ken. Sim, o namorado da Barbie, mais fresco do que nunca! Simplesmente hilário. O assustador bebezão também é muito bem sacado (eu nunca gostei muito desses bonecos que parecem gente...), assim como vários outros na Sunnyside. Fico imaginando o tempo que os criadores gastam para elaborar todos eles. Mas o resultado, definitivamente, compensa.


Ao contrário de muita gente da minha idade, Toy story não fez parte da minha infância. Assisti ao filme pela primeira vez quando já era grande. Mas, fã de animação que sou, também me apaixonei de cara por Woody e cia. Aliás, impossível não se identificar com a história e ter uma espécie de revival vendo alguns dos brinquedos que fizeram nossa alegria durante muitos anos. E o roteiro é incrivelmente charmoso, genial e simples. Que criança nunca imaginou seus bonecos com vida? Um agente espacial que realmente acredita ser um agente espacial, um dinossauro medroso, os disciplinados soldadinhos... E eu nem falei dos divertidos diálogos e das deliciosas referências cinematográficas. É muito talento, minha gente.

Um Oscar agora para Toy story 3 seria muito mais do que merecido. É o reconhecimento e também uma homenagem a uma trilogia que representa um marco na animação, quase um prêmio pelo conjunto da obra, já que a categoria longa-metragem de animação não existia na época dos longas anteriores. Inovadora no uso da computação gráfica no longínquo ano de 1995, a série conseguiu a proeza de manter a qualidade e a criatividade nas continuações (viu, Dreamworks?) e criou um laço afetivo com os espectadores. Afinal, são 16 anos de convívio com os personagens. É tempo à beça! E eu reclamando da nostalgia que o filme causa. Vê se pode.


Giselle de Almeida

Um comentário:

Cherry disse...

hahaha! um vilão com cheiro de morango?! adorei! me encheu de vontade de ver o filme e olha que nem ligo muito pra animação, mas isso vale a pena conferir! uma boa piada não se perde!