Oscar 2011: O vencedor


Indicado nas categorias: filme, diretor (David O. Russell), ator coadjuvante (Christian Bale), atriz coadjuvante (Melissa Leo e Amy Adams), roteiro original e edição


Primeiro, uma informação: detesto boxe. Não vejo a menor graça em ver um cara (ou os dois) sair do ringue com a cara toda arrebentada. E isso lá é esporte? Dito isso, é ainda mais impressionante como filmes como O vencedor conseguem prender minha atenção, me fazem torcer em cada luta fictícia e me deixam emocionada no final. Juro, não sei como isso acontece. Claro que não é só o boxe. Tem todo um drama familiar e uma lição de superação por trás disso. E a cereja do bolo: baseado numa história real. Aí já viu...

Micky é um lutador cuja carreira não anda lá essas maravilhas. Treinado pelo irmão, que também já lutou profissionalmente e hoje se afunda no crack, e agenciado pela mãe, que não tem o menor talento para o negócio, ele vê o título mundial ficar cada vez mais distante. Com o apoio da namorada, Charlene, decide romper com os dois e escolher uma equipe que possa torná-lo um campeão de verdade. Só que a decisão provoca vários rachas dentro da família, como se pode imaginar.



As brigas, a insegurança, o arrependimento, as acusações, tudo que acontece a partir daí é bem verossímil. Estamos diante de uma família de verdade, cheia de erros, vícios, defeitos, problemas. Dick vive se vangloriando do passado, mas hoje não consegue se manter limpo nem longe de confusão. Projeta suas realizações no irmão, que sabe muito bem disso, e se sente culpado por afastá-lo, como se fosse uma grande prova de sua ingratidão. A relação entre os dois é mostrada de uma forma bem bacana, um misto de admiração e decepção, que não sabemos em que vai resultar. Roteiro bem desenhado, direção firme e atuações boas: o resultado é bem bom.

Aliás, um elenco como esse sempre ajuda. Não é à toa que três atores foram indicados (foi mal aí, Mark Wahlberg, fica pra próxima) ao Oscar. Amy Adams está apenas ok, mas Christian Bale, magro e inspirado como nunca vi, e Melissa Leo estão ótimos em cena. E, com o desenrolar dos acontecimentos, fica difícil não se emocionar com o final. Ou vai ver eu sou uma manteiga derretida mesmo.


No próximo post: Reencontrando a felicidade (Rabbit hole)

Giselle de Almeida

Um comentário:

Fabiane Bastos disse...

Nem com essa resenha charmosa, filmes de boxe, me impulsionam à sala escura. Mas juro q vejo um dia!