Oscar 2011: Bravura indômita


Indicado nas categorias: filme, diretor (Joel e Ethan Coen), ator (Jeff Bridges), atriz coadjuvante (Hailee Steinfeld), roteiro adaptado, direção de arte, fotografia, figurino, edição de som e mixagem de som


Sim, eu sei que já declarei aqui que não sou chegada a um faroeste, mas acho que vou ter que rever essa afirmação em breve. Porque ano passado vi Rastros de ódio e Os imperdoáveis no DVD, sofá e pipoca e gostei. E também achei Bravura indômita um bom filme. Ou estou sendo sortuda nas minhas escolhas ou é mais um preconceito meu caindo por terra. O fato é que não li o livro, não vi o longa original de 1969 nem sou especialista no assunto. Só gosto de uma boa história.

Virei fã da protagonista, Mattie Ross (Hailee Steinfeld), desde suas primeiras cenas. Uma menina ainda, de apenas 14 anos, ela age com a maturidade de um adulto ao buscar a vingança pela morte do pai. Determinada ao extremo, a garota vai atrás de um homem que encontre o assassino de qualquer jeito. E não pense que ela se intimida diante do comerciante que quer ganhar vantagem nos negócios ou do federal indicado para resolver o assunto, Reuben Cogburn (Jeff Bridges). Com uma eloquência de colocar qualquer marmanjo no chinelo, ela convence qualquer um a fazer o que quer. E não respeita nem o Texas ranger LaBeouf (Matt Damon), que podia muito bem dormir sem ouvir algumas respostas malcriadas não fosse sua arrogância.


Confesso que tive uma certa preguiça de tentar entender o que Jeff Bridges dizia a cada cena, com aquele sotaque forçado e a fala propositalmente enrolada. Mas é óbvio que ele tem bons momentos na pele do rabugento veterano que se recusa a aceitar as próprias limitações: a falta de um olho e a própria velhice. Mas não é das minhas atuações preferidas. Matt Damon está sério e tenso demais em um papel que tem características mais cômicas, mas também não compromete. Já a novata Hailee mostra que tem uma longa carreira pela frente. E ter sido indicada na categoria de atriz coadjuvante quando ela interpreta a protagonista do filme pode ser um indício de que vem prêmio por aí, já que a estatueta de melhor atriz é de Natalie Portman e ninguém tasca.

E o trio funciona muito bem, já que, depois de um certo tempo, a caçada por Tom Chaney (Josh Brolin) - que soa muito mais perigoso durante todo o filme do que realmente é - acaba sendo só o pano de fundo para mostrar a relação do improvável grupo nessa jornada. Algumas sequências tensas, muitos diálogos afiados, e o filme caminha para um desfecho mais poético, tão bonito quanto triste. Ou vai ver faroeste é para macho mesmo. Eu é que sou muito mulherzinha...


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Giselle de Almeida

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