Oscar 2009: Wall-e


Indicado nas categorias: longa de animação e roteiro original

Taí um filme difícil, que se caísse em mãos menos competentes, poderia ser um fiasco. Mas o diretor Andrew Stanton (de Procurando Nemo) tem, além de competência, muita sensibilidade. A conseqüência é que a história do robozinho solitário ganhou todos os prêmios que concorreu até agora - merecidos, diga-se de passagem - e é favoritíssimo ao Oscar de animação. É o tipo de filme que agrada à Academia, mas isso não interessa muito pra esse blog. O que importa é que Wall-E é uma animação de primeira, bem realizada, e com uma história linda.

Wall-E vive sozinho na terra, na companhia apenas de uma barata, limpando e arrumando todo o lixo que a humanidade deixou pra trás. Os homens agora se instalaram numa gigantesca nave onde têm tudo que sempre sonharam: conforto, sem precisar fazer o menor esforço. Tudo seguia normalmente na vida do robozinho, até que a chegada da adorável Eva muda tudo.

Acredito que o maior desafio do filme tenha sido justamente equilibrar esses dois universos: a Terra, uma grande lixeira, e a nave, um paraíso tecnológico. As cenas de Wall-E trabalhando, sem diálogos, são de um lirismo incrível. São, certamente, as partes mais bonitas do filme. O protagonista muitas vezes nos faz lembrar o ET de Spielberg, por sua ingenuidade e doçura. Ao mesmo tempo, os humanos são porcos insensíveis e preguiçosos, vivendo uma vida cada vez mais artificial, alheios ao que acontece ao redor. Uma crítica ácida revestida de sarcasmo, nos mostrando o quanto somos risíveis. Sem dúvida, um trabalho de gênio.

No próximo post: Trovão tropical
Giselle de Almeida

Um comentário:

Fabiane Bastos disse...

Aí! Vc esqueceu de mencionar aquele estranho prêmio onde Kung Fu Panda ganhou todas, deixando Wall-e para traz.

Se bem q o prêmio foi tão estrano q talvez seja melhor não lembrar, rsrs