Ano novo, filmes novos


Depois de um recesso (meio forçado) de fim de ano, eis que 2008 começa com bons filmes! Na minha primeira folga do ano, a intenção era assistir a O amor nos tempos de cólera, com o onipresente Javier Bardem no elenco, Fernanda Montenegro e música de Shakira. Não li o livro, mas a história me parece bem interessante. Fiquei curiosa. Pelo visto, eu e todas as outras pessoas que lotaram a sala do Arteplex. Fiquei então com Sombras de Goya, que estava na minha lista desde o Festival do Rio. Bardem também estrela o longa, além da Natalie Portman, que considero uma das melhores atrizes jovens atualmente em Hollywood.

Na Espanha, sob o comando do Irmão Lorenzo, a inquisição ganha força. A jovem Inés é presa e torturada durante anos apenas pela suspeita de praticar costumes judaicos. Fazendo a ponte entre os personagens, o pintor Francisco Goya, que presencia os horrores vividos pelos prisioneiros da Igreja e acaba revelando suas impressões em sua obra. A trama é bem amarrada, tem um bom painel histórico de fundo, sem, contudo, parecer uma aula de História. Ponto a favor. A personagem de Portman poderia ser melhor explorada, mas isso não chega a comprometer. Bardem rouba a cena sempre que tem a chance, e olha que as interpretações de todo o elenco são muito boas.

Já o outro filme que escolhi por motivo de força maior foi a primeira grata surpresa de 2008: A culpa é do Fidel! Tinha ouvido falar durante o Festival, mas confesso que nem busquei informações a respeito. Agora no lançamento em circuito, a sinopse me agradou: uma menina vê seu mundo virar de cabeça pra baixo quando seus pais viram ativistas políticos. Poderia ser um daqueles filmes-cabeça chatos, eu sei. Mas não é. Aliás, é bem divertido. A protagonista não poderia ter sido melhor escolhida: Nina Kervel-Bey é, apesar da pouca idade, uma grande atriz. E o menino que interpreta seu irmão é tão fofo que dá vontade de levar pra casa!

Nina é Anna, uma menina que ouve sua empregada cubana dizer que sua vida mudou por causa dos barbudos comunistas e não pode ler histórias do Mickey, porque seu pai diz que o ratinho é fascista. É interessante como a gente consegue, através do filme, ver o mundo do ponto de vista de uma criança. Nem sempre nos damos conta de que as coisas podem ser complicadas para elas. Anna questiona tudo que não compreende, mas não tem maturidade para assimilar as explicações. Isso não quer dizer que ela não sinta, não perceba as mudanças, o que ocorre à volta dela. É difícil ser criança em um mundo de adultos.
Giselle de Almeida

3 comentários:

Fabiane Bastos disse...

Isso não é nada justo! Vc aí falando dessas novidades cinematograficas. E eu aqui na roça presa só aos blockbusters! Não que eu não curta um bom Homem-Aranha, mas só tem isso. Filmes do Festival do Rio? Vou ter sorte se chegarem nas locadoras daqui!!! Se bem que da ultima vez que tentei....o cara da locadora me olhou como se eu fosse o proprio ET quando perguntei se ele tinha "A Viagem De Chihiro". Imagina se eu perguntar por "A culpa é do Fidel"? É possivel que ele responda: Pois é tambéma acho!

Giselle de Almeida disse...

Então já está combinado que no próximo festival vc vai comigo!!! Mas não se esqueça de que tb moro na roça. Sei bem o que é procurar um filme desses nas locadoras perto de casa e sair de lá de mãos abanando...
bjs

Fabiane Bastos disse...

Mas que é mais facil p/ vc chegar no festival do que eu, haa isso É!
Mas ta combinado vamos comprar os ingressos....