A propaganda é a alma do negócio


Um trailer bem feito é mais do que uma simples propaganda, é um produto à parte. É um aperitivo do que o filme vai apresentar, tem que deixar um gostinho de quero mais. O tempo é curtíssimo para dizer ao espectador que vale a pena ir ao cinema, enfrentar fila, comprar pipoca e aturar gente falando alto na poltrona ao lado. E a edição é o que faz toda a diferença: é um dos casos em que menos é mais (agora, de cabeça, me lembrei do trailer do remake de A profecia, uma única cena, a do garotinho no balanço. Sinistro).


Comecei essa discussão toda porque o trailer de 1408, que vi antes da sessão de Tropa de elite, me decepcionou muito. Não sei vocês, mas eu gosto de ser surpreendida, ainda mais se tratando de uma história de suspense. Eu ia ver de qualquer jeito, porque John Cusack e Samuel L. Jackson no elenco já é meio caminho andado. Só que o trailer mostra demais - e aí eu fico com a sensação de que assistir ao filme não vai mais ter nenhuma novidade. Coisa irritante...

A trama, baseada numa história de Stephen King, lembra muito aqueles suspenses orientais de casas mal assombradas: Mike Enslin (Cusack) resolve se hospedar no quarto (adivinhem!) 1408 do Dolphin Hotel. Ele é avisado por Gerald Olin (Jackson) de que nada mais nada menos do que 56 mortes já aconteceram naquele lugar: "Ninguém durou mais que uma hora lá dentro". Óbvio que ele resolve descobrir na marra se tem alguma coisa de errado com o tal quarto. E aí... tchan, tchan, tchan, tchan! O trailer estraga tudo! Mostra tudo que a gente deveria só ter imaginado até ver o filme de verdade. Custava guardar uns sustinhos?

Giselle de Almeida

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