Blue valentine é daqueles filmes que prometem mais do que entregam. Basta ver o trailer fofo aí embaixo que a gente sente que vai ter romance, drama e tudo mais que faz parte de um relacionamento. Mas, apesar de bem-intencionado, o longa de Derek Cianfrance, em muitos momentos não consegue escapar da armadilha de ser uma grande DR. Portanto, é nos momentos de silêncio, de contemplação, e nas ótimas interpretações de Michelle Williams e Ryan Gosling que estão os acertos da história.
É entre idas e vindas no tempo que acompanhamos a relação de Cindy e Dean, desde o dia em que se conheceram até os tempos de um casamento desgastado. No presente, o único lado bom de estarem juntos atende pelo nome de Frankie (a adorável Faith Wladyka). Mas nem a filha é capaz de manter a harmonia entre eles. Os desentendimentos são frequentes, e não se vê, nem de longe, a paixão e a cumplicidade que os aproximaram. Dean bebe demais, Cindy reclama, os dois discutem. Repetidamente, num círculo vicioso. É quase possível enxergar o sentimento do casal se esvaindo dia após dia. No fim das contas, não sobra nada de bonito nessa história. A pergunta que ronda todo o filme é: como isso foi acontecer? Em que momento o amor se tornou uma rotina sufocante e sem sentido?
Hoje uma atriz madura, Michelle Williams faz jus à indicação: convence tanto no papel da jovem apaixonada quanto da esposa cansada da vida que leva. A personagem do filme exige que ela vá de um extremo a outro, e ela dá conta do recado. Mas como assim a Academia esnoba Ryan Gosling? Carismático toda vida, o rapaz constrói um Dean tão adorável que não dá pra ter raiva dele, apesar de tudo.
Blue valentine tem um clima triste, de desesperança, de descrença; não é um filme de amor, mas de desamor. Mas esse nem é um defeito, até porque a gente sabe que a vida não é feita só de finais felizes, e Cianfrance conduz a história com uma rara sensibilidade. O problema é que isso não é suficiente para evitar que as discussões do casal se tornem maçantes. Sim, a vida do casal é aborrecida, chata, monótona, a gente entendeu. Mas o filme também precisa ser? E, apesar de alguns momentos bonitinhos, o longa é altamente contra-indicado para os(as) mais românticos(as). Melhor dizendo: a contra-indicação é justamente por causa desses momentos bonitinhos. Porque ver morrer um sentimento tão bonito é mais triste do que a ausência dele.
P.S.: Ah, vocês viram que eu me recusei a usar o título em português, né? É porque Namorados para sempre só pode ser uma piada de mau gosto...
Hoje uma atriz madura, Michelle Williams faz jus à indicação: convence tanto no papel da jovem apaixonada quanto da esposa cansada da vida que leva. A personagem do filme exige que ela vá de um extremo a outro, e ela dá conta do recado. Mas como assim a Academia esnoba Ryan Gosling? Carismático toda vida, o rapaz constrói um Dean tão adorável que não dá pra ter raiva dele, apesar de tudo.
Blue valentine tem um clima triste, de desesperança, de descrença; não é um filme de amor, mas de desamor. Mas esse nem é um defeito, até porque a gente sabe que a vida não é feita só de finais felizes, e Cianfrance conduz a história com uma rara sensibilidade. O problema é que isso não é suficiente para evitar que as discussões do casal se tornem maçantes. Sim, a vida do casal é aborrecida, chata, monótona, a gente entendeu. Mas o filme também precisa ser? E, apesar de alguns momentos bonitinhos, o longa é altamente contra-indicado para os(as) mais românticos(as). Melhor dizendo: a contra-indicação é justamente por causa desses momentos bonitinhos. Porque ver morrer um sentimento tão bonito é mais triste do que a ausência dele.
P.S.: Ah, vocês viram que eu me recusei a usar o título em português, né? É porque Namorados para sempre só pode ser uma piada de mau gosto...
No próximo post: 127 horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário