Dói dizer isso, mas Alice não é nem um décimo do que eu esperava. Não li o livro de Lewis Carroll, não sou grande fã da animação da Disney, e já havia ficado com o pé atrás com os trailers do filme. Mas, como todo mundo sabe, eu sou timburtonmaníaca e não desisto nunca. Por isso, fui ao cinema cheia de esperança: vamos lá, amigão, me surpreenda! Mas minha única surpresa foi cochilar no meio da projeção. Juro que não foi má vontade.
A gente já sabia que Alice não era mais a mesma. Aos 19 anos, a jovem volta ao País das Maravilhas, agora não mais movida pelo tédio ou pela curiosidade, mas porque quer fugir da realidade: ela é pedida em casamento e não sabe se deve aceitar. Só que a nossa protagonista não parece transtornada, atormentada, angustiada, nada disso. Só não sabe muito bem o que quer. E a jornada acaba servindo como uma grande viagem de autoconhecimento... Zzzzzzz. Alguém já viu isso em algum lugar? Pois é, eu também.
E aí começa minha decepção. A (até então) desconhecida Mia Wasikowska até que encara bem o desafio de interpretar a personagem-título em um longa que gerou tanta expectativa, mas não consegue emocionar nem causar empatia. Também pudera, sua personagem é sem sal até não poder mais: já não é uma criança inocente e curiosa nem uma adulta determinada. É uma aborrecente transformada em heroína, numa barra bem forçada. Numa palavra: chata.
Mas onde estava, afinal, a assinatura do diretor? Alice, pelo menos para mim, sempre foi uma grande viagem a um mundo impossível e inimaginável para muitos adultos. Se havia alguém que pudesse dar vida a um cenário tão incomum como esse, Tim Burton seria o cara. Sempre achei que Wonderland seria uma desculpa perfeita para todas as bizarrices e loucuras dele, uma espécie de Disneyland particular (com perdão de todos os trocadilhos). A cada sequência, eu ficava esperando pelo que eu tanto gosto nas obras do diretor: ousadia, criatividade, originalidade. Mas o que eu vi foi um universo bem careta até, sem muito rebuscamento visual nem grandes novidades. O resultado final é um grande filme de estúdio que qualquer um poderia ter feito.
E aí sou obrigada a abrir um grande parêntese para a questão do 3D: ok, a gente sabe que funciona como chamariz para bilheteria, mas tem que se justificar. Com tantas cenas mornas, nem deu pra sentir a diferença. E aí eu não paro de pensar que, daqui pra frente, vamos receber uma enxurrada de filmes com seres fantásticos e criaturas aladas para deixar bem claro: "yes, nós temos 3D!". Mas isso já é assunto para um outro post...
O grande destaque do longa vai mesmo para a Rainha Vermelha cabeçuda (Helena Bonham Carter, excelente como sempre), neurótica, autoritária e divertida na medida certa, além de ter a melhor caracterização da história. Por sua vez, Johnny Depp, que merecia mais atenção da equipe de maquiagem, não consegue empolgar com seu Chapeleiro Louco. Isso sem mencionar Anne Hathaway, que é boa atriz, mas está totalmente deslocada nessa produção. Alguém explica à moça urgentemente que personagem de filme de fantasia não precisa ser caricatura, por favor?
Feito o desabafo, um recadinho: Tim, mal posso esperar pelo seu próximo filme.
5 comentários:
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Acho que o Tim caiu na besteira de seguir a tendência de adaptações best sellers. Nem achei a versão tão ruim assim, mas tê-la visto me faz recordar q algumas histórias só fazem sentido na etapa certa da vida ^-^
Laise, concordo em parte com vc. Essa sensação que você descreve eu tive quando vi O mágico de Oz, por exemplo, já adulta. E olha que eu não tenho problemas em ver filmes de criança! Senti falta foi de ousadia e criatividade no filme do Tim Burton. Uma pena...
Pois é... pensamos bastante parecido. Que pena. Fui ao cinema louco pra ver uma bela história... e nada! Sabe o que faltou em Alice? Que ela tivesse um grande amor!
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