Festival do Rio 2008: amor ao cinema


Festival é isso: faz a pessoa cruzar a cidade (literalmente, da Zona Norte à Zona Sul), ficar sem almoço e sair esbaforada para procurar o bendito cinema. Mas eu não reclamo... E dessa vez, tive a ilustre companhia da Fabi, que veio de mais longe ainda.

Rebobine, por favor

Imagine a mistura inusitada: o diretor francês Michel Gondry, de Brilho eterno de uma mente sem lembranças e o comediante americano Jack Black. Alguma idéia do resultado? Pois é, eu também não tinha até ontem à tarde, mas a sinopse tinha me interessado: após destruir acidentalmente o acervo de uma videolocadora, dois amigos tentam consertar o prejuízo refilmando os títulos perdidos. 


É uma óbvia homenagem ao cinema, ainda que de uma maneira torta: em tempo recorde e com poucos recursos, eles têm que se virar e abusar da criatividade. E a dupla vai recriando Os caça-fantasmas, A hora do rush 2, Conduzindo Miss Daisy... Além da caracterização dos atores, os cenários toscos e os defeitos especiais são o destaque. E esses são justamente os melhores momentos do filme.

Entretanto, no geral, a trama é um tanto arrastada, talvez porque o diretor tenha optado por não fazer uma comédia rasgada, o que seria uma ótima solução. Em vez disso, ele insiste num certo lirismo ao tentar contar a história do dono da locadora, que quer preservar a memória do lugar a todo custo, que prefere as fitas de vídeo ao DVD. Acontece que o personagem de Danny Glover acaba deslocado na história, um pouco fora do tom. Comédia bem feita é cinema do bom, sim. Não precisa ter vergonha, seu Gondry.
Giselle de Almeida

Um comentário:

Fabiane Bastos disse...

Nada como uma aventura antes de curtir um cineminha!

Precisamos repetir!