Primeira impressão


Vou ser sincera: o episódio inicial de Lost não me deixou muito empolgada. Durante meses a fio, li reportagens e críticas muito favoráveis à série, descrita sempre como uma boa trama de ação e suspense. Como não tenho tv por assinatura (o que é uma tortura para viciadas em seriados como eu), criei muita expectativa e comemorei quando soube que passaria na Globo. Mas fiquei meio decepcionada já com as chamadas. Vai ver é só impressão, pensei. Sei não. Acho que preciso de mais uns episódios para mudar de opinião.

Já estava sabendo que a história - um grupo de 48 pessoas, sobreviventes de um desastre aéreo, perdidas em uma ilha - era cheia de flashbacks e surpresas. Até agora nenhuma identidade foi inteiramente revelada, mas já deu pra perceber que certas pessoas têm algo a esconder. O problema é que não há nenhum personagem forte. O médico Jack parece ser o protagonista, mas não tem carisma algum. O músico Charlie, apesar de todo o meu esforço, continua sendo o hobbit Merry (ou seria o Pippin?), de O senhor dos anéis. Os demais sobreviventes são um tanto arquetípicos: a patricinha, o intolerante, a corajosa. É cedo pra dizer se é bom ou ruim, mas espero que melhore daqui pra frente.

Entretanto, Lost não é a primeira decepção do ano. A quarta temporada de 24 horas também deixou a desejar. Uns dois ou três episódios foram realmente bons, o que é mau sinal. Nem mesmo o desfecho conseguiu ser impactante. Lembro que a primeira temporada era de tirar o fôlego, a cada episódio uma reviravolta, justamente nos minutos finais. Impossível perder um dia. Depois a Globo inventou de passar a série uma vez por semana, não lembro se no segundo ou no terceiro ano. Não funcionou, claro. Lá pela quarta-feira eu já tinha esquecido o episódio anterior.

Ok, eu entendo que seja difícil manter o ritmo depois de quatro anos. Sabia que ia ser difícil inventarem um personagem tão bom quanto a Sheryl. E foi uma boa coisa esquecerem a Kim (a mala do seriado). E o Toni ter voltado. E o presidente Logan, que garantiu, mesmo que involuntariamente, os momentos cômicos da temporada. Mas, dessa vez, a trama ficou previsível e repetitiva em vários momentos, a primeira metade da série foi quase totalmente dispensável (com exceção da família Araz), a namorada do Jack não convenceu, alguns personagens não disseram a que vieram. Pena.

O jeito é esperar (ansiosamente) pela quinta temporada, que a Globo só deve passar nas próximas férias do Jô Soares. Enquanto isso, se der vontade, vou revendo os últimos episódios, devidamente gravados, e contando os segundos para a volta de Jack Bauer...
Giselle de Almeida

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