Não é revolucionário, mas vale a pena



Eu sei que soa um pouco velho começar 2010 falando sobre um filme que foi o maior lançamento do ano passado, mas como Avatar ainda está bombando, acho que não tem tanto problema. Eu demorei umas duas semanas pra conseguir assistir, e assim mesmo, tive que comprar ingresso pro dia seguinte, porque todas as sessões em 3D estavam esgotadas. Resultado: lá vou eu pro cinema, à meia-noite, num sábado (é, era o único horário disponível).
Acho que a essa altura já deu pra perceber que James Cameron gosta de filmes grandiosos. A exemplo de Titanic, o novo longa também tem esse ar de superprodução que só muitos milhões de dólares podem proporcionar. E vale a pena, porque o resultado é belíssimo. Mas vamos combinar que esse papo de revolução do cinema é a maior furada, né, minha gente? Não sei quem começou com isso, mas foi uma excelente estratégia de marketing e só.

Afinal, a história é (politica e ecologicamente) correta, mas previsível. Ou você também já não teve a impressão de conhecer uma trama em que o mocinho chega a um mundo desconhecido, se apaixona pela primeira mocinha que aparece e tem que lutar contra todos para viver seu amor? Pra completar, ela tem que ser filha do chefe e prometida a um guerreiro. Já fizeram até brincadeiras, comparando o roteiro ao de Pocahontas (veja mais aqui).

Ah, tá, o filme fala sobre salvar o planeta, sobre a ambição humana, sobre tolerância, sobre honestidade... Mas, apesar de me lembrar muito Matrix, com aqueles plugs e realidade alternativa, Avatar é fantasia, e não ficção científica. Todas essas questões acabam ficando meio simplistas graças aos diálogos e atuações sem muita inspiração. Então esqueçam o papo cabeça e se deslumbrem com a criação do mundo de Pandora, suas criaturas fantásticas, bons efeitos especiais e lindas sequências de ação. Para os nerds, o filme ainda traz de brinde o na'vi, um idioma criado especialmente para os seres azuizinhos. É o que o filme tem de melhor.
Giselle de Almeida

6 comentários:

Fabiane Bastos disse...

Na verdade Gi a revolução é técnológica, e não narrativa. Se eu entendi direito, a tecnologia de captura de movimentos criada para o filme é inédita e quase instantânea a atuação. Não precisa dos meses de refinamento para transfomar atuação do elenco em atuação digital, como acontecia com Gollum. Sem contar na riqueza de detalhes do planeta, é muita planta e bicho p/ ser invetado.

Eu não achei as atuações tão ruins, não. Ninguém vai ganhar prêmio mas ao menos o casal principal convence, deve ser dificil competir com um ecossistema novo, um catatal de efeitos especiais e ainda os mosquitos voando de Pandora direto para o publico que viu em 3D. Aliais foi o ano dos 2, né o T4 e Uhura!

Giselle de Almeida disse...

Fabi, concordo com vc, só que a estratégia de marketing vendia o filme, como um todo, revolucionário. Dizem que a tecnologia que o Cameron precisava pra fazer tudo que ele queria demorou 14 anos pra ficar pronta. E o resultado é muito bom, só que acho que só isso não é suficiente pra considerá-lo revolucionário. Isso é legal pra gente, que gosta de discutir cinema, mas não sei até que ponto isso é perceptível pro grande público. E ainda mais agora, que o filme deve mesmo virar trilogia... Podia ter personagens mais carismáticos, talvez, ou uma história menos batida. Não sei, vai ver eu esperava um pouco mais.

bjs

Fabiane Bastos disse...

Usa a minha técnica: eu nunca espero muito de um filme, assim fica mais difícil me decepcionar, hehehe.

Mas cuidado essa técnica costuma falhar quando aparece a combinação Burton+Depp. Ao menos até agora eles não me decepcionaram,rs.

Daniel Caetano disse...

Estou curioso para ver o filme, mas estou evitando a "expectativa". Costumo gostar de qualquer coisa que "cai no meu colo" para assistir, mas as expectativas - inclusive a que o marketing cria - acabam prejudicando um pouco a experiência.
Parece que o Marketing que funciona para o "grande público", como você chamou, não funciona para os cinéfilos de plantão. :)

Leonardo Marinho disse...

Ainda não consegui assistir ao filme. Queria muito assistir em 3D, mas se nos cinemas "normais" a coisa está difícil, imagino nos que esbanjam o recurso da terceira dimensão.

A revolução foi sim tecnológica, mas isso só notam os mais técnicos e cinéfilos de plantão. Pois para o grande público Avatar é "Um filme bem bonito" e ponto.

E só complementando o post, para os nerds de plantão, a Ubisoft se encarregou de criar o jogo, que foi bem recebido até. Segundo Chaverot, responsável pelo estúdio no Brasil, várias idéias que seriam apenas usadas no game acabaram sendo incluídas no filme por caírem no gosto da equipe.

Natália Menezes disse...

Gostei bastante do filme. Antes de vê-lo achei que fosse ser diferente...