Festival do Rio 2009: Aconteceu em Woodstock


É com grande prazer que inauguro hoje a minha modesta cobertura do Festival do Rio 2009. Modesta porque não vou dar conta de assistir a todos os filmes que gostaria, as usual. Mas, se continuar no ritmo da minha estreia, as próximas semanas prometem, o que é sempre uma boa notícia.

O trabalho novo do Ang Lee já tinha despertado meu interesse há alguns meses, quando o trailer começou a rolar na internet. Achei que seria bacana pelo tema, por ser de época, por falar de um evento de música conhecidíssimo e tal. Mas, confesso, não imaginei que seria tão divertido.

A história gira em torno de Elliot, um rapaz que ajuda os pais a administrar um pequeno hotel na pequena cidade de White Lake. Precisando urgentemente de dinheiro, ele ajuda a trazer para o local um festival de música que havia sido cancelado em uma cidade vizinha. Ele só não sabia a dimensão do negócio: a simples ideia de milhares de hippies chegando em peso deixou os moradores em polvorosa, e ele precisa rebolar muito pra levar sua empreitada até o final.

Demetri Martin se sai bem na pele de Elliot, um rapaz inseguro, ainda muito apegado aos pais, mas que vai se modificando à medida que as coisas vão acontecendo. Ele adere ao clima bicho-grilo do movimento, e aos poucos vai se soltando (aliás, alguns espectadores também, como o velho mala da minha sessão que ficava gritando "liberdade!", "que viagem!" e coisas do tipo, de cinco em cinco minutos). E sem deixar de citar a música, as drogas e todo o resto, o filme foca mesmo nesse clima paz e amor que reinou durante o festival. É tão simpático que dá até pra ver com certa normalidade aquele pessoal peladão no meio do mato, só querendo curtir.

Os diálogos são afiadíssimos e o elenco ajuda pra caramba. A começar pela escolha de Imelda Staunton para o papel da mãe do protagonista. Um verdadeiro achado. Na pele de uma judia ranzinza e com mania de perseguição, ela arranca a maior parte das gargalhadas do filme. Personagem e atuação de primeira. Emile Hirsch como um ex-combatente de guerra é divertido e emocionante ao mesmo tempo. E o que é Liev Schreiber de travesti? Impagável. No fim das contas, acho que o filme só ficou devendo um pouquinho na trilha sonora. Podia ter tocado um pouco mais dos clássicos. Sabe como é, quando a música é boa, a gente nunca reclama do excesso e até perdoa os clichês...
Giselle de Almeida

Um comentário:

Fabiane Bastos disse...

Anotado! Começando a minha lista de filmes do festival que vou "caçar", mais tarde na locadora!