Uma imagem, mil palavras


Sexta-feira, finalmente, consegui ir à exposição do Vik Muniz no MAM. Só tem uma palavra pra descrevê-la: sensacional. A cada série do artista plástico eu ficava, literalmente, boquiaberta. Eu já tinha lido sobre o trabalho dele, já tinha visto algumas reproduções das obras, mas ver de perto é outra coisa, não tem comparação. Aliás, o grande barato é ver as peças bem de perto, pra notar o material utilizado, as nuances, os detalhes, e depois observá-los à distância. E o efeito é simplesmente maravilhoso.

As séries que eu mais gostei foram Papel, Chocolate, Arame, Linhas e Aftermath, não necessariamente nessa ordem. O interessante é que cada uma delas, além de ter um visual fantástico, tem um significado que é reforçado pelo próprio material escolhido pelo artista. A série Crianças de açúcar, por exemplo, é feita de fotografias de crianças caribenhas que trabalhavam em canaviais. A série Diamantes mostra retratos das luxuosas e eternas divas do cinema, como Elizabeth Taylor, feita de... diamantes. Sem contar que muitos dos trabalhos de Vik são recriações de obras famosas: desde O nascimento de Vênus de Boticcelli feita com lixo até A Monalisa em geléia e pasta de amendoim.

Quanto à exposição propriamente dita, algumas ressalvas: acho que as obras poderiam ter sido datadas, pra gente ter uma idéia da evolução do trabalho do artista. Custava colocar essa informação nos textos? É sempre uma curiosidade. A iluminação do espaço também não estava lá essas coisas. Como são fotografias, e estavam protegidas por vidros, o reflexo muitas vezes atrapalhava a observação das obras. E, finalmente, achei que a série Papel merecia um lugar com mais destaque e cuidado, já que o efeito dela só é completo a uma grande distância - são reproduções de fotografias famosas feitas com colagem de papel, em várias camadas, para dar o efeito de sombreamento. De longe, você não conseguia ver as texturas, elas realmente pareciam... uma fotografia. Deslumbrante. Mas os vídeos mostrando como são feitas as obras com lixo foram uma ótima idéia.

Pra quem não viu a exposição, que terminou no último domingo, vale a visita ao site do artista. É em inglês, mas dá pra ver a reprodução de algumas obras.

P.S.: Ah, esqueci de dizer, esse é o 100º post do blog!
 
Giselle de Almeida

6 comentários:

Fabiane Bastos disse...

Interessante, pena que não deu para eu ver.

Ei! Como será que ele faz p/ não mofar ou dar formiga na geléia???

Giselle de Almeida disse...

Simples: ele fotografa! Na verdade, ele cria as obras e depois tira fotos, elas é que são expostas nas mostras. Genial, né?

Anônimo disse...

MUITO bom, pena que só fui conhecer ontem, Geisy me apresentou. Se a exposição voltar alguma dia pra cá, verei com certeza.

Ah propósito, vc acaba de ganhar uma leitora. Vou te linkar lá no meu blog, tá?

Anônimo disse...

Parece realmente fantástico. Infelizmente não tenho muita base artística para deixar um comentário mais elaborado. Mas já prometi várias vezes a mim mesmo que ainda consigo ir em uma exposição dessas. Vamos torcer pra que eu consiga.

E aproveitando, parabéns pelo blog, está muito bom. Tudo bem organizadinho, textos muito bem redigidos. Nota 10. =]

E um segundo parabéns pela comemoração de uma centena de posts. Que venham muitas outras e que em breve chegue aos milhares. hehe

Abraços!

Gabriel Cavalcanti da Fonseca disse...

Poxa, enrolei, enrolei e perdi essa exposição. Queria muito ter ido. Já vi algumas obras dele em algumas exposições. São realmente fantásticas. Pena ter perdido essa. Parabéns pelo 100º post.
Bjo

Anônimo disse...

eu fui no último dia e não me arrependo… aliás, eu me arrependeria MUITO se eu não fosse.

nem precisa dizer que eu fiquei embasbacada com o trabalho dele, né?! fotografia + comida + criatividade = a Geisy na fila! hehehe

bjomeliga=D